terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Mãe: O maior de todos os chamados...

Uma mulher extraordinária e MÃE de seis filhos, por quem tenho uma enorme estima enviou-me este texto e com ele quis transmitir algo muito importante: que no primeiro filho podemos querer provar que conseguimos fazer tudo, que somos capazes e que estamos à altura, que queremos absorver todas as tarefas porque todas elas são só nossas e que por isso não queremos que ninguém as faça por nós... Sábiamente me disse que é importante partilhar tarefas por mais simples que sejam, pois por mais básicas que pareçam significam uma ligação com a familia, uma alegria para quem pode partilhar de momentos únicos, sendo que esses possam apenas ser ajudar nas limpezas ou arrumar a cozinha... poderão dar a sentir às nossas mães, avós, tias, irmãs, amigas um sentimento de partilha e de amor... nós, que quando a barriga já pesa ou mexer já custa mais, continuamos a achar que somos capazes de tudo... mas a verdade é que o mais importante é saber pedir ajuda nem que seja apenas para conversar, saber aceitar a ajuda que nos é oferecida é, no fundo, dar graças a Deus por termos quem nos ajude...
Obrigado a si D. Fátima deixo-lhe um beijinho muito especial.
Mãe - O Maior de todos os chamados

Estamos sentados a almoçar quando a minha filha casualmente menciona que ela e o marido estão a pensar em constituir família…
“Mãe estamos a pesquisar…” diz ela, meio a brincar…
“Tu achas que eu deveria ter um bebé?”
“Vai mudar a tua vida” digo eu, cuidadosamente, no meu tom neutro….
“Eu sei mãe” diz ela…
“Nada de dormir até tarde ao fim de semana, e nada de férias não planeadas”…
Mas não era nada daquilo que eu lhe queria dizer….
Olho para a minha filha e tento decidir o que lhe dizer…
Eu quero que ela saiba o que nunca irá aprender no curso de preparação para o parto…
Eu quero dizer-lhe que as feridas físicas de dar à luz essas com o tempo saram, mas tornar-se mãe vai deixar uma ferida emocional tão exposta que a vai deixar para sempre vulnerável.
Penso em dizer-lhe que nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar “E se fosse o MEU filho?”
Que por cada acidente de avião, por cada incêndio, cada violência se sentirá assombrada.
Que sempre que vir fotos de crianças a morrer à fome, se vai perguntar se existe alguma coisa pior do que ver um filho morrer…
Olho para as suas unhas com manicure impecável, o seu casaco último modelo, e penso que não importa o quão sofisticada ela seja agora, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege o seu filhote…
Que um grito urgente por “Mãe!” fará com que ela deixe cair o melhor doce na melhor taça, sem hesitar por um instante…
Eu sinto que a devo avisar que não importa quantos anos ela investiu na carreira, irá com certeza sentir-se arrancada desse caminho pela maternidade.
Ela até pode conseguir vaga no melhor colégio em prol de voltar ao trabalho, mas irá entrar numa reunião importante e só irá conseguir pensar no cheiro do seu bebé…
Vai ter de usar cada milímetro da sua disciplina e auto controlo para evitar sair do trabalho a meio do dia, apenas para ter a certeza que o seu bebé está bem…
Eu quero que a minha filha saiba que as decisões do dia a dia deixarão de ser coisas de rotina sem importância….
Que a decisão de um menino de 5 anos ir à casa de banho dos homens ou à das mulheres, no McDonalds’s, pode ser um grande dilema…
Que no meio de bandejas barulhentas e crianças a gritar, questões de independência e género serão pensadas tendo em conta a possibilidade de que um pedófilo possa estar na casa de banho à espera…
Não importa o quão assertiva ela seja no trabalho, como mãe estará constantemente a questionar-se. Ao olhar para a minha atraente filha, eu quero assegura-la de que os quilos a mais da gravidez, ela eventualmente vai acabar por perder, mas jamais se voltará a sentir o mesmo sobre si mesma.
Que a VIDA dela, hoje tão importante, será relativa quando tiver um filho... Que a daria num segundo para salvar a sua cria, mas que começará a desejar mais anos de vida – não para realizar os seus sonhos, mas para ver os seus filhos realizarem os deles…
Eu quero que ela saiba que a cicatriz da cesariana ou as estrias se vão tornar medalhas de honra.
Que o relacionamento da minha filha com o marido vai mudar, mas não da forma que ela pensa…
Ela vai descobrir que se pode amar mais um homem que tem cuidado ao passar o creme no bebé ou que nunca hesita em brincar com o seu filho…
Eu acho que ela devia saber que se pode voltar a apaixonar por ele por razões totalmente diferentes das iniciais e que na altura até não ia achar nada românticas…
Eu queria que a minha filha pudesse perceber a ligação que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, com os preconceitos, com os motoristas bêbados…
Eu espero que ela possa entender agora porque é que eu penso de forma racional para a maioria das coisas mas que me descontrolo quando discuto a ameaça das guerras nucleares para o futuro dos meus filhos…
Eu quero descrever à minha filha a enorme emoção de ver um filho aprender a andar de bicicleta…
Eu quero que ela sinta a gargalhada deliciosa de um bebé que toca, pela primeira vez no pêlo macio de um cão ou gato…
Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer…
O olhar estranho da minha filha faz-me perceber que tenho lágrimas a cair pelo rosto… “Não te vais arrepender nunca” digo finalmente….
Então estico a minha mão sobre a mesa e aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram, no seu caminho, este que é o mais maravilhoso dos chamados…
Este presente abençoado de Deus... que é ser Mãe.

3 comentários:

Sandra disse...

Ser mãe é realmente o maior de todos os chamados...

eu tenho 2 fofinhos lindos e AMO ser mãe... por vezes é mt cansativo, pois têm cá uma energia...

Mas é a maior benção que temos na vida!

Beijinhos e tudo a correr bem!

Se não te importares, voltarei a passar...



http://pacotinhosdepipocas.blogs.sapo.pt

Cláudia disse...

Serás sempre bem vinda Sandra! :)
Eu sempre desejei ser mãe e agora vamos ver se estou à altura! :)
Beijinhos!

Sandra disse...

Obrigada!

Claro que sim, que estarás à altura!

Instinto maternal... existe mesmo!!!


Beijinhos e BOM FDS!